Jorge Jesus construiu mesmo o melhor Benfica em mais de 20 anos, com vantagem estatística em todos os itens da Liga Sagres (por exemplo, mais 30 golos marcados que o Sporting de Braga). Luís Filipe Vieira bem pode aplicar todo o engenho em segurar o treinador, que foi de Jesus o toque de Midas que transformou vermelho em ouro.
E esta foi mais que uma vitória para o Benfica, foi mesmo "a" vitória. Porque categórica, ao contrário da de Trapattoni em que houve essencialmente demérito da concorrência, mas também porque indispensável ao projecto de Vieira que tão questionado era no quente momento pré-eleitoral do ano passado. Internamente, a oposição apagou-se ao ver o Benfica vencer (vencer), Rui Costa está regenerado e Vieira surge como o homem que acabou por ter razão. No futebol só se tem razão quando se ganha.
Por isso ninguém tem razão no Sporting e no Porto este ano. E esta foi mais que uma vitória para o Benfica, foi mesmo "a" vitória. Porque categórica, ao contrário da de Trapattoni em que houve essencialmente demérito da concorrência, mas também porque indispensável ao projecto de Vieira que tão questionado era no quente momento pré-eleitoral do ano passado. Internamente, a oposição apagou-se ao ver o Benfica vencer (vencer), Rui Costa está regenerado e Vieira surge como o homem que acabou por ter razão. No futebol só se tem razão quando se ganha.
E a análise do fracasso dos rivais tem de ser indexada, a meu ver em primeiro lugar, ao sucesso do Benfica. O Sporting, com uma estrutura mais frágil e um plantel de inferiores soluções, foi o primeiro a sofrer com o arranque fulgurante do rival de sempre.
Paulo Bento admitiu-o na hora da saída. Carlos Carvalhal sofreu com isso e nem a grande dignidade demonstrada impediu uma desvantagem histórica de 28 pontos.
O FC Porto demorou a acreditar que este Benfica era diferente. O estado de negação foi evidente e foi fatal. Notou-se no discurso dos jogadores (que diziam não ver os jogos do rival), dos principais comentadores clubistas (que vaticinaram durante largos meses a queda da equipa de Jesus) e até de Pinto da Costa (que identificou o Braga como grande adversário do Porto).
Foi uma sucessão de erros de quem estava habituado a ter razão no fim. Até Jesualdo Ferreira, quando disse que este ano lhe ia dar mais gozo ganhar, alinhou nessa presunção resultante do hábito de que acabaria por ganhar. Que de facto, no futebol, só se tem razão quando se ganha. Quem ganha festeja e quem perda justifica e este ano inverteram-se os papéis. Precisamente no ano em que o Benfica tinha gasto a última reserva dos seus imaginativos financiamentos (com o fundo de jogadores). É isso que mais deve doer a Pinto da Costa. Sentir que falhou a estocada final no adversário de uma vida. Sem esta vitória o Benfica de Vieira poderia estar moribundo. Com ela está forte como nunca.
In Record
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