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13 maio, 2010

Benfica - Rio Ave . . . Por João Vieira Pinto

1 - Benfica mostrou uma ansiedade natural

A precisar apenas de um ponto para se sagrar campeão, vimos um Benfica com muita ansiedade e bastante nervosismo. Mesmo quando já ganhava por 1-0 e o Rio Ave estava reduzido a dez elementos, preferiu continuar a jogar pelo seguro do que arriscar. Isto é natural, até pelo ambiente que se foi criando em volta deste encontro ao longo da semana. Isso não é indiferente aos jogadores; é uma grande responsabilidade, e essa pressão acaba por lhes prender os movimentos.
2 - Notou-se a ausência de Coentrão, Javi e Di María

A ausência de Coentrão, Di María e Javi García também teve o seu quê de influência. Numa situação como a de ontem - apesar de ter criado oportunidades de golo, não vimos o mesmo Benfica dinâmico de outros jogos -, nota-se sobretudo a falta de Di María, pois é ele que, quando a equipa está mais presa de movimentos, e através da sua irreverência e velocidade, cria acelerações no jogo e provoca os desequilíbrios.

3 - Maior realismo no último terço da Liga

Acabo por encarar com naturalidade a forma como o Benfica jogou ontem, pois a pressão sobre os jogadores é enorme, são milhões de olhos em cima deles, e em alguns casos era a primeira vez que estavam prestes a sagrar-se campeões. Não se pode, de maneira nenhuma, avaliar o Benfica por aquilo que fez nesta partida, em que foi realista, à imagem do que fez no último terço do campeonato. Se nos dois primeiros terços foi mais empolgante, mais espectacular, ganhando os jogos por vários golos de diferença, no último terço foi uma equipa mais realista, a jogar mais com o resultado e a pensar nos três pontos.

4 - O objectivo não era ajudar Cardozo

Depois de Falcao ter bisado na véspera, poderia pensar-se que o Benfica entraria ontem em campo preocupado em devolver Cardozo à liderança da lista dos goleadores. Aquilo que se viu, porém, foi um Benfica mais preocupado em marcar golos do que propriamente preocupado em ajudar o avançado paraguaio. O objectivo, claramente, não era ajudar Cardozo, mas sim garantir a vitória - e nem poderia ser de outra forma, pois os interesses do colectivo devem sempre sobrepor-se aos das individualidades, por muito importantes que estes possam parecer.

5 - É positivo conhecer o resultado do outro jogo

O Braga ainda estava na corrida ao título e jogava ao mesmo tempo que o Benfica. Pessoalmente, julgo que não tem mal nenhum conhecer o resultado do outro jogo, pois, ao saberem que o empate bastava, os jogadores não sentem a mesma pressão e reagem de maneira diferente, ganhando discernimento e libertando-se para o resto do jogo.

6 - Benfica é um justo campeão e o Braga vai continuar no topo

O Benfica é um justo campeão. Jogou bom futebol, marcou bastantes golos e entusiasmou. Mas quero salientar aquilo que fez o Braga, que só não se pode considerar a equipa-sensação do campeonato por aquilo que tem feito nos últimos anos. É, por isso, já uma certeza! O Braga disputou o campeonato e manteve-o vivo até à última jornada, sendo um clube com uma dimensão completamente diferente da do Benfica. O azar do Braga foi ter apanhado um Benfica muito forte, caso contrário teria sido campeão. E por aquilo que fez, teria sido merecido. Neste momento, com os jogadores, o treinador e a Direcção que tem, o Braga é um clube consistente e com os pés bem assentes na terra. Pela forma como tem sido gerido - comprando e transferindo jogadores a preços mais reduzidos do que os grandes -, promete continuar nos lugares cimeiros do campeonato. Vai continuar no topo e a encontrar jogadores que escapam aos grandes ou outros com uma forte vontade de mostrar que têm capacidade, como é o caso da maioria daqueles que passaram pelos grandes!

In OJogo

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