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10 abril, 2010

Liverpool - Benfica ... Por João Vieira Pinto



1 - Gás acabou cedo
O Benfica despediu-se de forma inglória da Liga Europa, tendo sido eliminado sem apelo nem agravo, mas por números que me pareceram exagerados. Mas a verdade é que no dia em que era preciso que todos dessem o máximo houve nítida falta de frescura física, mexidas na equipa que não terão resultado e, mais do que isso, jogadores importantes em sub-rendimento.

O Benfica até teve uma boa entrada em jogo, fez 15 minutos bastante personalizados, pressionando bem e remetendo o Liverpool para o seu meio-campo, dando a ideia de pretender discutir a eliminatória até ao fim. Enquanto teve gás as coisas correram bem, mas depois do primeiro golo tudo se precipitou. Dada a mudança tão radical, fiquei sem perceber se o Liverpool, de início, não saía porque não era capaz ou se por estratégia.



2 - Golo consentido e… as melhoras a Júlio César
Para manter um ritmo daqueles é preciso estar muito bem fisicamente e o Benfica está a passar por um ciclo terrível, tendo coleccionado jogos importantes desde Marselha. A falta de frescura terá ajudado o Liverpool a equilibrar o jogo e até a ficar por cima, principalmente depois do primeiro golo, consentido num lance de bola parada. O Benfica provou do seu próprio veneno, mas fiquei com a ideia de que houve no lance alguma passividade do Júlio César. Mesmo que tenha havido falta, ele deveria ser mais activo, em vez de ficar à espera que o árbitro marcasse. A propósito do Júlio César espero, sinceramente, que esteja melhor e que recupere rapidamente da lesão que o obrigou a sair e ir ao hospital. Afinal de contas o que ali se passou foi só um jogo de futebol e a saúde é mais importante do que tudo o resto.


3 - Mexidas, falta de rotinas e Di María em noite não
Em vantagem, o Liverpool endossou a responsabilidade para o Benfica, esperou pela reacção, manteve-se sempre muito bem posicionado no terreno e saía para o contra-ataque com a rapidez típica das equipas inglesas e com a qual as formações portuguesas tem quase sempre dificuldade em acompanhar.
Para além dos muitos méritos do Liverpool, o Benfica criou problemas a si próprio. Por exemplo, ao longo desta época, sempre que a equipa não consegue encontrar soluções ofensivas, espera que o Di María pegue no jogo e vá revolvendo os problemas, como aconteceu frente à Naval e em muitas outras ocasiões. Mas ontem o argentino não teve uma noite feliz e tudo se complicou. Também as mexidas na defesa não me pareceram ter resultado. Colocar David Luiz na esquerda não foi a melhor das apostas, primeiro porque Coentrão tem desempenhado bem o papel e depois porque entre os centrais faltaram rotinas e entendimento. Juntando a tudo isto o sub-rendimento de jogadores importantes como Luisão ou Aimar, percebem-se as dificuldades.


4 - Quando falta a força também falta a concentração
Frente a jogadores que são capazes de definir um passe na perfeição, como é o caso de Gerard, as tentativas de reacção adversárias não devem permitir que a equipa se desorganize, mas o Benfica cometeu esse erro. Atentemos no lance do segundo golo: quando Javi García ficou batido e a bola nos pés de Gerrard, percebeu-se logo que ia dar golo, porque o passe foi meio-golo. A falta de frescura física retirou à equipa a concentração evidenciada noutros jogos. Se o Benfica tem conseguido fazer um golo quando ainda estava 2-0, e Sidnei errou por pouco, o jogo poderia ter sido diferente, mas essa oportunidade desperdiçada pareceu marcar o resto da partida.


5 - Reentrar no jogo e cair outra vez
O Liverpool entrou para segunda parte mais forte e também mais tranquilo, nunca descurando o posicionamento, apostando nas falhas do adversário. Ou seja, quando ganhava a bola apanhava sempre o Benfica desequilibrado. Daí ter feito mais dois golos, ainda que contando com a sorte toda do seu lado. É que se aos 3-0 se pensou que o assunto estava arrumado, o golo de Cardozo relançou o jogo, podia até ter abalado as estruturas do Liverpool, mas quando era altura do tudo ou nada aconteceu a lesão do Júlio César, aquela quebra foi decisiva. Logo a seguir, uma falha de marcação ao Torres acabou com o jogo. Afinal esse foi só mais lance em que faltou organização defensiva, em que a defesa estava demasiado longe do meio-campo. 

In OJogo

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