Em 1995,
Eric Cantona pontapeou um espectador e foi suspenso por nove meses. Em 1998,
Fernando Mendes agrediu um bombeiro e foi suspenso por três meses. Em 2008,
Emmanuel Duah pontapeou a perna de um maqueiro e foi suspenso por dois meses.
Note-se que, até agora, as vítimas eram todas elas pessoas que estavam a
intervir fortemente no jogo. Em 2009, Hulk agride um steward e é suspenso por
três jogos. Logo por sorte, o assistente de recinto desportivo em termos
jurídicos não é considerado um "interveniente no jogo". É certo que
mencionei o fator sorte. Mas não coloco de parte a hipótese de Hulk, segundos
antes de aplicar um pontapé na queixada do steward, ter pedido um parecer
jurídico ao prof. Gomes Canotilho. Ainda que bem que existe o Direito: se não,
quem é que fazia a distinção entre mandíbulas fraturadas?
Nenhum dos jogadores acima referidos, nomeadamente Mendes e Duah, foi suspenso
preventivamente, é certo. Mas isso deve-se ao facto de, nessa fase, o FC Porto
ainda não se ter lembrado de propor aos outros clubes que os jogadores expulsos
ficassem automaticamente suspensos sem limite temporal - só o fizeram em Junho
de 2009. A maior parte do período que Hulk ficou sem jogar (de 20 de Dezembro
até à decisão da Comissão Disciplinar da Liga, a 19 de Fevereiro) deve-se,
portanto, ao próprio departamento jurídico das Antas, com quem se diz que o dr.
Ricardo Costa aprendeu tudo o que sabe sobre decisões que prejudicam o FC
Porto. E quando me refiro ao período que o Hulk ficou sem jogar, estou a ser
magnânimo: não inclui o Arsenal-FC Porto, apesar de tudo o que foi dito pela
maioria dos comentadores sobre a atuação do brasileiro.
In Record
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