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08 fevereiro, 2010

V.Setúbal-Benfica por João Vieira Pinto

1
Estratégia comprometida

Ao empatar ontem - resultado justo a premiar o trabalho do Setúbal -, o Benfica permitiu que se aliviasse a pressão que tentou criar sobre o Braga e o FC Porto com a antecipação do jogo com o Leiria. Os portistas podem até reduzir a desvantagem, ao passo que os bracarenses garantem a liderança com um empate e uma vitória. E com duas vitórias até deixam o Benfica para atrás. Se em termos estratégicos a ideia inicial do Benfica foi boa, em termos práticos os resultados acabaram por não ser os esperados.
2
Benfica mais lento que o habitual

Já referi a justiça do resultado e quero elogiar a atitude do Setúbal até aos 70', altura em que as forças começaram a trair os ideais. A equipa foi solidária, demonstrou algumas preocupações defensivas, principalmente com as movimentações de Aimar e Saviola, mas teve também um grande atrevimento, apoiado na qualidade dos homens que tem no ataque, principalmente Hélder Barbosa e Keita, os melhores em campo. Mesmo depois de estar a perder, o Setúbal conseguir manter o equilíbrio. A acção dos sadinos foi de certo modo facilitada por um Benfica a jogar a um ritmo abaixo do habitual, sem a dinâmica demolidora de outros jogos e a querer gerir cedo a vantagem. Mas o Setúbal não deixou. E há um pormenor importante a referir: o Benfica teve mais iniciativa mas nunca controlou o jogo e até passou por momentos de aperto. Maxi Pereira teve grandes dificuldades perante Hélder Barbosa, porque sempre que o Benfica atacava o Setúbal procurava responder e muitas vezes conseguia-o com perigo.


3
Entusiasmo cedeu à pressão

Até aos 70', enquanto teve força física, o Setúbal bateu-se pela vitória e até teve um golo anulado. Depois, o desgaste físico provocado pela forma de jogar do Benfica roubou lucidez à equipa da casa, que foi empurrada para perto da sua área. Só que também o Benfica sofre com a pressão de jogar contra o tempo. O entusiasmo que costuma pôr em campo foi substituído pela ansiedade. Querer ganhar rouba discernimento à medida que o tempo passa e na parte final, mesmo colocando muita gente na área, no Benfica só Di María conseguia criar desequilíbrios.

Insisto na justiça do resultado, pela solidariedade da equipa sadina, pela coragem de querer jogar de igual para igual. Não é prática habitual de equipas da dimensão do Setúbal quando defrontam um grande.


4
Cardozo não devia ter marcado o penálti

Já abordei mais do que uma vez o assunto dos penáltis. Depois de já ter falhado alguns esta época, Cardozo só devia voltar a marcar num jogo com resultado tranquilo. Não é o jogador indicado para decisões. Admiro a coragem dele em assumir o lance, mas é um risco. Como já tem falhado, agora marca sempre em força e para o lado que lhe dá mais jeito, que é a esquerda do guarda-redes. Há mais probabilidades de ele falhar do que outro.


5
Autogolos

Curioso que o resultado tenha sido feito por autogolos. No primeiro, Ricardo Silva não tem tempo para reagir, são coisas que não se podem evitar. O caso de David Luiz é diferente. É um lance de muito azar, mas estava sozinho e aquele alívio extravagante era desnecessário. Como costumamos dizer na linguagem futebolística, acertou na orelha da bola e ela entrou. Foi uma jogada imprudente.

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