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05 fevereiro, 2010

Benfica - U.Leiria por João Vieira Pinto

1
Benfica não deixa nada ao acaso e antecipação foi boa estratégia

Antes do jogo propriamente dito, faço uma referência à estratégia do Benfica na antecipação desta partida. Ao fazer dois jogos antes de os adversários directos na corrida ao título entrarem em campo, o Benfica passa-lhes a batata quente, porque de repente passou a estar na frente e a pressionar os rivais. E por muito que se queira desvalorizar o assunto, para quem vai jogar a seguir não é indiferente. 
Também é verdade que não é uma coisa demasiado importante porque tanto Braga como FC Porto dependem deles mesmos, mas a classificação, mesmo provisória, não é coisa que passe ao lado. Atente-se no pormenor: apesar de ter andado sempre próximo da liderança, o Benfica não conseguia firmar-se no primeiro lugar. De repente, se calhar de ganhar no sábado em Setúbal, quando nos dias seguintes entrarem em campo, o FC Porto vai estar a 12 pontos e o Braga a 6! Digamos que foi uma boa estratégia e quer-me parecer que o Benfica esta época não está a deixar nada ao acaso. E, atenção!, quando afirmo que tem a estratégia bem montada é exactamente isso que quero dizer. Não há aqui ironias nem segundos significados.

2
Simples e fácil

A diferente postura das equipas levou a que tivéssemos assistido a um jogo de um só sentido. Para o Benfica foi tudo tão simples e tão fácil que desta vez nem o público se entusiasmou. Um grande golo marcado cedo clarificou as coisas de uma forma definitiva. Quase se pode afirmar que a história da partida ficou escrita nesse lance, porque o Leiria mostrou-se sempre impotente para criar dúvidas sobre o resultado final e o Benfica, depois de marcar o primeiro, passou a ter a vida mais do que facilitada.

O Benfica jogou como quis e sempre que acelerava criava lances de perigo. Mesmo actuando sem o ritmo vivo de outros jogos, somou oportunidades de golo.

3
Espírito de campeão, mas o Braga também tem e vamos ver o FC Porto

A forma como o Benfica actuou demonstra a confiança dos jogadores. Pela forma como a equipa tem jogado, todos entram em campo com uma forte convicção de vitória. É da mais elementar justiça referir que também o Braga tem entrado em campo com o mesmo espírito. Os jogadores destas equipas tornam evidente em campo que acreditam neles próprios e nos companheiros que têm ao lado, o que é apanágio das equipas que estão lançadas para o êxito, que sabem que podem estar próximas de serem campeãs.

Em determinadas alturas da época, Benfica e Braga têm tirado partido desse espírito de equipas ganhadoras a que me referi. Mas atenção ao FC Porto que se reforçou muito bem com o Rúben Micael e nos últimos jogos tem evidenciado um rendimento muito bom e a distância pontual a que se encontra não é tão complicada como possa parecer.

4
Saviola a mais para Leiria a menos

Ao jogar com três centrais, Leiria passou uma mensagem de grande preocupação defensiva, mas o esquema foi quebrado pelas movimentações de Saviola, o melhor em campo, sempre na procura de espaços, como tão bem sabe fazer, uma vezes recuando, outras caindo nas laterais. Baralhou completamente a defesa adversária.

O facto de não sentir dificuldades levou o Benfica a adoptar um ritmo morno e a tornar o espectáculo pouco emotivo, mas não era preciso mais para ganhar tranquilamente, tal era a apatia dos leirienses.

5
Quem só não quer perder…

O Leiria, à semelhança de outras equipas que têm visitado os grandes, apostou demasiado em não perder. É óbvio que quem vai jogar à Luz deverá ter algumas cautelas defensivas, mas não conseguirá nada se não tiver coragem para discutir o resultado e tenho visto pouquíssimas equipas com essa predisposição. Acredito na velha máxima de que a melhor defesa é o ataque. Quem só defende raramente consegue ter êxito. Resultados positivos nesses casos acontecem esporadicamente e sempre sujeitos a grande sofrimento.

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